terça-feira, 19 de abril de 2011

Paz


" ...Essa paz que eu sinto em minha alma
não é porque tudo me vai bem...
Essa paz que eu sinto em minha alma
é porque eu amo o meu Senhor.
Não olho as circunstâncias.
Olho o meu Senhor.
Não me guio por vista
alegre estou... "

Anjos Viventes


Vida complexa. Detalhes consideravelmente exaustivos. Dúvidas nos consomem ao tomar atitudes, as quais nem mesmo são de nossa autonomia, impotentes somos diante daqueles que as tomam. Nos encontramos sem saber como agir. Se demonstramos muito amor e dedicação, parece a eles sem muito valor. Se afastamos e nos preocupamos menos, essa falta os incomoda. E nossa limitação é essa, pura e simples: não podemos decidir ou viver aquilo que desejamos que outros façam. Somos abertos a ser usados para mostrar-lhes o caminho correto a seguir, posso afirmar isso. Contudo, apontarei sempre o caminho estreito e árduo. A escolha do caminho que se vai seguir não cabe a nós. Sofremos. Temos vontade de tomar as rédias. Coração sensível ao extremo. Certamente não podemos agir por outros, não nos foi concedido esse poder. Nosso maior defeito está em acharmos que poderíamos evitar algo vivendo no lugar de outros. Pensando nisso, os nossos outros não precisariam existir, viveríamos por eles. E sem a vida deles, que sentido teria? Nenhum, afirmo. Não teríamos o prazer de sermos seus anjos.

Rafaela Moura, para os seus.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Cuida de mim


"... Eu busquei quem sou
Você pra mim mostrou

que eu não sou sozinha
nesse mundo...

Cuida de mim
enquanto não
esqueço de Você..."











Cuida de mim (O Teatro Mágico)

domingo, 17 de abril de 2011

Tempo perto


O tempo que perdemos nos corrói nos dias presentes. Em contradição, a chance de reviver sentimentos por certo mais intensos, se torna extravagância de emoções. O tempo perto onde não se está perto é um desperdício consideravelmente absurdo, nos leva somente ao caminho do arrependimento. É demasiadamente necessário que se demonstre, de forma única, a importância e o valor de algo. Se pensássemos logicamente, considerariamos isso todos os segundos, pois para se perder, basta apenas existir. A matéria é perecível, mortal. Não é inteligente esperar o amanhã, o mês que vem, o ano que vem. Nossa coração anseia por eternizar cada instante. Enquanto existir vida, que esta seja desfrutada, do jeito mais inteligente: amando a quem amamos. Depois que se vai, falta tudo e mais um pouco. Nada e ninguém é ou será igual. Pessoas únicas, incomparáveis. Antes que isto venha a acontecer, a felicidade nos espera logo ali, pra revelar o só amor que ainda existe dentro de nós. O tempo é precioso o bastante pra vivermos tudo isso. Ele voa. Voemos também.

Rafaela Moura

Flor especial


" Não poderia dizer que és apenas uma flor,
estaria a mentir se assim o fizesse.
Tens sim, beleza, ternura e amor,
Mas semelhante a TODO um jardim que floresce! "

Marcelo Guimarães

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Incompreendida


Poderia dizer que quase todos os momentos que vivencio, me sinto extremamente incompreendida por humanos. Fico observando e tentando provar a mim mesma que eu também devo ser assim com aqueles que me cercam. É tão difícil alguém te interpretar da maneira que você deseja... É tão difícil entenderem seus medos e te darem as mãos... É tão difícil olharem sua essência e perceber sua incapacidade, talvez, em passos tão ousados. A culpa de tudo seria sua? Ou os seus estão sendo realmente duros com você? É certo que ainda não se concretizou aquilo que tanto esperas. Mas é fato que o poder para torná-lo concreto não está em suas mãos. É difícil demais entender somente uma coisa? Que sou frágil, que tenho poucas e pequenas armas, que sou apenas uma menininha aos olhos da grandeza do exército que se aproxima, mas que a pessoa mais forte do mundo está ao meu lado? Eu tenho alguém que luta e que vence por mim. Somente Ele pode me compreender da maneira mais linda e perfeita. Em breve, Ele me fará vencer. Ele sempre ganha. Nunca perde.

Rafaela Moura

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Amizade de irmãos


Olhe nos olhos. O sentimento contido, as vezes esquecido diante de problemas ínfimos, ainda existe... Olhe nos olhos e é certo que o encontrará. É muita vida trilhada em comum, lembranças, momentos únicos. Olhe nos olhos e poderás contemplar a amizade bonita, a cumplicidade, o carinho e as promessas que não se foram com o tempo. Olhe nos olhos e lembranças de infância tomam conta da mente, a felicidade sublime, singular, é contínua, acreditem! Olhe nos olhos, e, se há algo que pode e deve ser imortalizado, está bem diante de vós. Existe muito mais do que o que podem admirar com os olhos, peço-lhes: olhe o coração. Passos num futuro próximo, que bate a porta, pode conceder a vós uma saudade... Hoje inexistente, amanhã esmagadora, que machuca. Há algo a mais, lindo, contemplável, digno dos sentimentos mais puros, das palavras mais belas... Refiro-me ao valor de uma pessoa em nossas vidas. Se não as tivessemos como seria? Posso tentar imaginar e confesso que uma tristeza tamanha, um vazio nos consumiria.Olhe nos olhos e atrevo-me a dizer que não sois mais responsáveis somente pelo laço que os une, mas pelas vidas próximas de vós que cativastes com a tal incondicionalidade de um amor Divino, sincero. E que no presente e futuro já não pode apartá-los um do outro. Não é mais possível se separar. Não é possível esquecer. Só é possível amar. Isso basta. Amizade que aprendi a viver. Amizade que cuida. Amizade de irmãos.

Rafaela Moura, especialmente para seus melhores, Dodô e Mar (meus amigos eternos e incomparáveis), escreve pela amizade de vocês que nunca irá morrer! =)
"Nossa casinha pequena
parece vazia
sem o teu balé.
Sem teu carinho guardado
soldado de chumbo
não fica de pé.
Nossa casinha vazia
parece pequena
sem o teu balé.
Sem teu café requentado
soldado de chumbo
não fica de pé. "











Saudade de Chumbo (O Teatro Mágico - LINDA!)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Noite só


A noite escura aumenta e impossibilidade em nós.
O travesseiro é receptor de lágrimas, cúmplice de dúvidas.
A cama é testemunha da inquietude do corpo
que não pode esconder os sentimentos mais íntimos.
Foge qualquer inspiração.
O olhar fixo no vidro da varanda.
O sono que não vem.
Eu sinto que posso ser melhor, maior.
Há uma falta que não condiz.
Há uma dor, um aperto no peito.
Há uma falta de sabedoria que gera em mim
toda essa impaciência.
Sozinhos pensamos melhor.
Existe o nosso toque em nós...
A nossa vida desenganada.
O vazio é quase palpável.
Um frio próprio de uma nova estação que chega
abre caminho para lembranças,
as fases passadas, as vidas antigas.
E o sono vem de leve.
Mal dormido, inusitado, cheio de pausas.
Fazendo das noites mais escuras,
os tempos mais nostálgicos.

Rafaela Moura

Motivo da minha felicidade


"Me perguntam hoje
o por quê da minha felicidade,
perceptível a distância,
notável sem nenhuma voz,
nenhum som...
E eu respondo:
minha felicidade maior
está em ver quem eu amo
feliz.
Só isso."

Rafaela Moura, escreve para "aqueles que amo" =)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Boneca


Ela parece uma boneca.
De lábios desenhados e pintados divinamente,
face levemente traçada,
e queixo de relevante moldado,
traz à imaginação seus mistérios.
Cabelos reluzentes, pontos de luz.
Beleza única, de toda singeleza e meiguisse.
Como a flor mais bela de um vale.
Maçãs no rosto ruborizadas,
podem quase emoldurá-la
de sonhos de crianças
e sonetos de piano.
Os olhos são como pedras das mais ricas,
brilham, delimitados por cílios turvos, formosos, encurvados.
O que se pode imaginar
ao toca-lá com olhares tímidos porém ousados?
Seu vestido florido,
sua leveza e naturalidade,
graciosidade tal, que se transparece
em corpo vivo...
Sim. São semelhantes.
Em toda ingenuidade e pureza.
Com sorrisos em meio a dor.
Transformando sonhos e histórias
em vidas presentes.
Capaz de extrair o verdadeiro amor
de todos que a possuem.
Alvo de tantos beijos e abraços, afagos.
Carinho, afeto de fato.
Inevitavelmente só, consigo mesma.
Guardada, talvez esquecida.
Ainda que uma essência incomparável, uma saudade insista...
És só. No escuro. Pensativa. Insondável por humanos.
Coração palpitante, inescutável.
Sem saber, se perto demais, de longe o suficiente.
Ela parece uma boneca.

Rafaela Moura, entre fotos e fatos, escreve.

domingo, 10 de abril de 2011

Vejo



“Só se vê bem com o coração.
O essencial é invisível aos olhos...”


Antoine de Saint Exupéry

sábado, 9 de abril de 2011

Sonho de uma flauta



"Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar"










(O Teatro Mágico - Sonho de uma Flauta)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sina Nossa - O Teatro Mágico

Mia senhora,
És de lua e beleza
És um pranto do avesso
És um anjo in verso
Em presença e peso
Atrevo-me atravesso
Pra perto do peito teu

Teu sagrado e tua besteira
Teu cuidado e tua maneira
De descordar da dor
De descobrir abrigo
Entre tanto amor
Entretanto a dúvida
A música que casou
Um certo surto que não veio

Há uma alma em mim,
Há uma calma que não condiz...
Com a nossa pressa!
Com resto que nos resta
Lamentavelmente eu sou assim...

Um tanto disperso
Às vezes desapareço
Pois depois recomeço
Mas antes me esqueço

Nossa sina é se ensinar...
A sina nossa é...
Nossa sina é se ensinar...
A sina nossa...

Minha senhora diz:
Bons ventos para nós

Para assim s
empre
Soprar sobre nós...








Composição: Fernando Aniteli

Para sempre


"O maior amor que podemos expressar é dar tudo de nós,
mesmo sabendo que muitas vezes não teremos tudo de volta...
O maior amor é dar-se e não querer nada em troca.
Este é o amor que quero ter daqui pra frente.
Sem ciúmes, sem cobranças.
Um amor que supre o meu e o seu. "

Rafaela Moura

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Passos no meu palco


" A inspiração nasce quando estou sozinha.
Sou somente eu.
Quem me dera poder entender o porque dos tempos... e dos ventos...
Continuo esperando que algo se realize.
E que eu seja surpreendida nos meus sonhos.
Sim. Todos esses dias exaustivos de espera irão passar,
como a chuva que bate na minha janela...
O que eu tenho sentido só eu consigo enxergar.
Eu ando pelas ruas, e sinto que não sou daqui...
Sou personagem viva de um filme que não irá ser apreciado... ou visto.
Eu mudei.
Eu deixei de sentir e de ser quem eu era.
A minha verdadeira identidade está revelada agora.
Vivo no meu mundo.
Sinto o que quero.
Busco só o que posso encontrar.
O meu corpo está cansado.
É meu espírito a luz e a vida que há em mim.
Não estou conseguindo mais falar dos meus anseios e segredos.
Abro e fecho os olhos, calmamente, como sempre...
Vivi tantas coisas, pisei em tantos lugares, deixei certas lembranças...
Não tenho mais tempo.
O pouco que tenho dedico às minhas prioridades.
E passo meus dias,
num palco escondido... sem aplausos... sem muitas luzes...
Preciso desse palco vazio e em silêncio... Pra que eu possa me ouvir.
A música e a dança são elos que me atraem nesse impasse.
Vivo nesse chão tudo aquilo que sonhei...
Sou uma menina simples... Na complexidade de minhas emoções. "

Rafaela Moura (Hoje, ao acordar, escreve...)


eu e Ele


Se existe alguma sensação mais linda e confortante do que quando estou contigo, meu corpo desconhece...
Palavras de amor hoje dedico a Ti, pela força e motivação que me concede cada manhã, quando abro meus olhos e falo contigo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Flores


Minhas flores são parecidas comigo. Simples, porém cativantes, marcantes. Às vezes rosas, amarelas, roxas ou brancas, com folhagens verdes, dependendo do tipo e da estação em que se encontram. Vivem sua vida, num bailar que ninguém enxerga. Se deixam envolver pela dança, com os corpos ao vento. Se estão tristes ficam até silenciosas, mais do que nunca... Mas a verdade é que o maior espaço de tempo estão alegres, felizes e trazem vida ao lugar, às pessoas. Uma vida necessária, que reluz na saúde física o que o Espírito precisa: ar! E jamais poderia deixar de falar do sorriso. Como sorrir é essencial para elas, somente quem não as enxerga com os olhos mais puros não conseguem perceber que estão sorrindo a todo momento e o que há de perfeito e lindo por trás desse sorriso. E elas continuam sorrindo, mesmo nos lugares mais frios e escuros, mesmo na noite. Não escondem seus caminhos tortuosos e difíceis, mas em suas raízes bem plantadas, junto a terra molhada, pode-se notar de onde está vindo toda sua força pra continuar. Sou como minhas flores, em tudo, até no perfume que fica no ar. Sou como minhas belas flores, vivas e livres!

quinta-feira, 24 de março de 2011

O Pequeno Príncipe | um clássico da literatura universal


Resolvi postar hoje um dos livros que considero mais belo. Eu adoro! Desde pequenina *-*

A obra O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint Exupéry, traz em seu corpo alguns temas universais. Em princípio, é um texto que pode parecer infantil, mas, na verdade, é próprio não só para crianças como também para adultos, pois as mensagens que carrega nas entrelinhas são lições de amor, amizade e pureza, além de críticas à maneira de como os adultos enxergam as coisas e as pessoas ao seu redor.

O texto fala sobre um aviador que é desencorajado a desenhar quando ainda era criança e que, em meio ao deserto, encontra uma figura extraordinária. Começa, então, a fabulosa história sobre o Pequeno Príncipe, um menino que mora em um planeta muito pequeno e que tem somente uma flor como companhia. Ela é muito vaidosa, mandona e fala demais. Cansado de sua vaidade,
um dia ele resolve partir em busca de respostas e faz uma jornada por seis planetas (até chegar à Terra). Cada planeta é habitado por apenas uma pessoa.

O primeiro plan
eta é habitado por um rei que gosta muito de dar ordens e de ser obedecido. O problema é que ele só ordena aquilo que é possível acontecer como, por exemplo, mandar o sol se pôr somente na hora natural desse acontecimento. Ele representa aquela pessoa que vive só de aparências, que deseja mostrar aos outros aquilo que não é. Também, aquela que é autoritária e gosta de se sentir importante.
Quem habita o segundo planeta é um homem muito vaidoso que adora ser aclamado; não escuta críticas, só elogios. Ele representa a vaidade do ser humano. Não a vaidade natural, mas aquela que se torna mais importante do que tudo na vida.

O terceiro planeta é habitado por um bêbado que bebe para esquecer a
vergonha de beber. Ele tem consciência de sua desgraça, porém, não faz nada para mudar. Representa a pessoa fraca, que não tem forças para lutar contra aquilo que lhe abate e acha mais fácil atirar-se ao problema do que lutar para superá-lo.

No quarto planeta, há um empresário que só está preocupado com os números, quer possuir tudo, até as estrelas. É tão ocupado que não tem tempo sequer para acender o cigarro apagado em sua boca. Ele representa a ganância do ser humano, a preocupação em ter, em possuir.

No quinto planeta, há um acendedor de lampião. De dia ele apaga o lampião e à noite ele acende. Apesar de ser uma ocupação útil, é ruim, pois o acendedor não tem tempo nem para dormir, porque os dias
se passam tão rapidamente que, assim que apaga o lampião, já tem de acendê-lo novamente. Ele representa as pessoas que, mesmo sendo boas, só trabalham e não têm tempo para mais nada, não desfrutam o que mais a vida tem a lhes oferecer.

O sexto planeta é o maior de todos os outros já visitados. É habitado por um geógrafo que sabe tudo sobre mares, rios, cidades, montanhas e desertos, e onde exatamente eles se encontram, mas que nunca andou pelo seu planeta para vê-los, explorá-los e conhecê-los pessoalmente. Fica o tempo inteiro sentado em sua mesa estudando. Ele representa as pessoas que não agem, são apenas teóricas; gostam de ter razão e de saber muito, mas nada fazem de prático; ficam inertes, esperando a vida passar.

Dando continuidade às críticas feitas aos tipos humanos na obra, certamente não poderiam ficar de fora aqueles que o Pequeno Príncipe encontrou na Terra, o sétimo planeta visitado. O capítulo XVI, que corresponde à chegada do Pequeno Príncipe ao nosso planeta, inicia com uma afirmação que diz que a Ter
ra não é um planeta qualquer, pois nela existem centenas, milhares e milhões de exemplares iguais àqueles encontrados nos outros visitados por ele (reis, geógrafos, negociantes, beberrões e vaidosos), ou seja, “pessoas grandes”, como denomina nosso pequeno amigo. A Terra seria uma espécie de concentração de todos aqueles tipos aos quais a obra faz sua crítica.

Quando o Pequeno Príncipe chega ao solo terrestre, encontra uma serpente, com quem conversa. Em meio ao diálogo, o principezinho
diz que se sente um pouco só no deserto. A serpente responde dizendo que entre os homens também é possível sentir-se só. Essa crítica é universal, pois em todos os lugares do mundo é possível sentir solidão mesmo entre centenas de pessoas, pois os seres humanos são, em geral, cada vez mais individualistas.

Depois, o Pequeno Príncipe encontra uma flor de três pétalas. Ele pergunta pelos homens e ela diz que um dia vira passar uma caravana, mas que no momento não sabe deles, pois nunca se pode saber onde eles estão. Segundo ela, o vento os leva; eles não têm raízes, porque não gostam delas. A resposta da flor também apresenta um perfil do homem universal, que geralmente é confuso e não sabe para onde deseja ir. Vive, respira, trabalha, mas não sabe em prol de quê.

Em seguida o pr
íncipe encontra uma grande montanha, a qual ele escala. Pensa que do alto enxergará os homens, mas isso não acontece. Começa, então, a chamar por eles. Ouve apenas o eco, que lhe responde a mesma coisa que diz. O principezinho acha engraçado e critica a falta de imaginação dos homens, porque apenas repetem o que já fora dito. O que está nas entrelinhas, nessa parte do texto, é que os homens são vazios, sem personalidade e apenas repetem os atos dos outros. Isso é universal, pois há pessoas com esse tipo de comportamento em todos os lugares do planeta.


Mais tarde, o Pequeno Príncipe encontra a grande personagem da obra: a raposa. Ela faz vários comentários sobre os homens dizendo, por exemplo, que eles já se esqueceram o que é um ritual, que é aquilo que faz um dia ser diferente do outro, ou então que cativar é algo também quase sempre esquecido, e que significa criar laços. Os homens, em geral e em todo o mundo, vivem apressados e se esquecem das pequenas coisas da vida, como ter um ritual para realizar qualquer tipo de atividade, ou então não desejam perder tempo conquistando a amizade e o carinho de alguém.

A raposa é quem ensina ao principezinho a amar um ser de forma única e particular. Ela lhe passa as grandes mensagens da obra, entre elas a principal, que ela denomina como o seu segredo: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos” (p. 72). Essa lição serve para qualquer pessoa, em qualquer local. É totalmente verdadeira, pois as aparências não nos mostram o que há no interior de alguém, o que uma pessoa verdadeiramente é. Em qualquer lugar do mundo, só poderemos conhecer alguém de verdade se estivermos desprovidos de preconceitos e visões estereotipadas.

Após despedir-se da raposa, o Pequeno Príncipe segue viagem e encontra um manobreiro. Ele diz que seu trabalho consiste em separar os passageiros dos trens e despachar os trens que os carregam. Quando o principezinho pergunta sobre a pressa e o destino das pessoas que estão seguindo viagem, o manobreiro responde dizendo que nem elas sabem seus destinos. Estão sempre com pressa e insatisfeitas com os lugares onde estão, mas não sabem para onde desejam ir. Ainda diz que as únicas que estão felizes e sabem o que procuram são as crianças. Essa mensagem também pode ser considerada como universal, já que esse é um comportamento do homem em qualquer lugar, não importando a sua cultura. Em geral, os seres humanos nunca estão satisfeitos com o que têm e com o que são. Buscam evoluir, o que é louvável quando se sabe aonde se deseja chegar, mas que é um grande problema quando apenas se deseja melhorar sem saber o objetivo dessas mudanças.

Depois de ter conversado com o manobreiro, o Pequeno Príncipe encontra um vendedor que comercializa pílulas especiais que saciam a sede. Este, quando questionado, responde que suas pílulas geram uma grande economia de tempo. As pessoas que fizessem uso do medicamento ganhariam até 53 minutos por semana. Com esse tempo, poderiam fazer o que quisessem. Os homens, em todo o mundo, correm desesperadamente atrás do tempo perdido. Lamentam-se pelo tempo, que passa rápido demais, fazendo com que a vida, consequentemente, também passe depressa. A contradição está em saber que a maioria das pessoas não aproveita seu tempo para dedicar-se às coisas que realmente importam.

Mais tarde, o principezinho encontra um aviador que havia sofrido um acidente no deserto. O aviador, conforme já mencionado, é um homem um tanto frustrado por ter sido desencorajado, na infância, a desenhar. Sentia-se inconformado com a insensibilidade dos adultos. Cresceu com essa angústia dentro de si, mas acabou se tornando, mesmo que forçadamente, “gente grande” como os outros adultos, e perdeu um pouco do encantamento, situação que se reverte após ser cativado pelo Pequeno Príncipe, que lhe ensina a mesma lição ensinada a ele pela raposa. O aviador representa grande parte dos homens em todo o mundo, aqueles que, ao se tornarem adultos, enrijecem seu espírito e seus pensamentos, passando a desacreditar nos seus sonhos de infância.

Cada habitante dos planetas visitados pelo Pequeno Príncipe, e até mesmo aqueles que ele encontra na Terra, representam um tipo de pessoa, e todos são vistos com olhar crítico sobre como a maioria dos adultos veem as coisas, como pensam e agem. Esses tipos de pessoas existem em qualquer lugar do mundo, pois a essência do ser humano é a mesma, não importando de qual lugar ele é e em qual cultura está inserido. Os sentimentos de amor e de amizade que aparecem ao longo da história também são considerados como temas comuns a todos, e por esses aspectos, a obra O Pequeno Príncipe pode ser chamada de universal.

Ensaio apresentado na disciplina Literatura Universal - Curso de Letras - Centro Universitário La Salle - Canoas - RS - 2008/2

Extraido de "Literatura Fascinante"

quarta-feira, 23 de março de 2011

Em mim, mais forte




Tudo começa quando você consegue enxergar algo. Algo que te faz acreditar naquilo que você é. No seu sonho mais impossível. Hoje meu cabelo brilha mais, os meus olhos piscam vagarosamente, minhas mãos revelam no toque a própria vida. E no meu coração, a esperança renasce como uma erva que lutava para sobreviver em terra seca. Quando enxergamos que pode sim acontecer àquilo com o qual sonhamos, e todas as nossas expectativas e inseguranças nos conduzirão ao caminho que queremos trilhar, uma felicidade incomum nos invade e não há mais nada que nos prenda a atenção. Os lábios só querem sorrir, como sempre... Hoje foi o dia em que voltei a sonhar.

O Quase – Luís Fernando Veríssimo (Apócrifo)




Ainda pior que a convicção do não, e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu ainda está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distancia e frieza dos sorrisos na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom Dia” quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à duvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.





P.S. Este texto é um apócrifo, e segundo o próprio Veríssimo a verdadeira autora é Sarah Westphal.

domingo, 20 de março de 2011

Tesouros do meu eu

Não sei bem o que me inspirou a escrever. Talvez seja o medo que me consome. Este mesmo medo que nada condiz com a realidade, mais que se assemelha à uma avalanche dentro de mim. Nesses momentos, apesar do medo desesperador, sinto como se tivesse o poder em minhas mãos, como se eu pudesse guardar e proteger comigo, tudo aquilo que mais amo. Como se eu pudesse abraçar esses meus tesouros e eles estariam seguros nos meus braços. Ah... Eu iria segurá-los com tanta força, tanto amor, tanta ternura... Que meus lábios já não poderiam conter tantos sorrisos. Aquele meu sorriso sabe? Que escapa mesmo do coração, faz do meu rosto um espelho do que sou por dentro, do que sou no mais íntimo. Por que penso assim? Penso que somente comigo, posso manter segura todas as minhas pedras preciosas. Fico na ilusão de que elas não tem vontade própria. Mas sei que por segundos, isso pode acontecer. Não falando dos meus sonhos, onde nada foge do meu controle, mas na vida real, algo me diz que sempre poderei segurar todas essas coisas que amo, que não quero nunca perder, apenas com o que tenho dentro de mim. É muito grande, e vale por aquilo que não é recíproco. Alguém poderia arrancar meus tesouros de dentro de mim? Não. Só eu mesma.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Agridoce: Volúpia

Agridoce: Volúpia: "Saberia descrever-me a essência do anjo? Poderia, ainda, emoldurar sua candura? Ah, se pudesse ser ouvida a voz do taciturno e se sua volúp..."