quarta-feira, 13 de abril de 2011

Noite só


A noite escura aumenta e impossibilidade em nós.
O travesseiro é receptor de lágrimas, cúmplice de dúvidas.
A cama é testemunha da inquietude do corpo
que não pode esconder os sentimentos mais íntimos.
Foge qualquer inspiração.
O olhar fixo no vidro da varanda.
O sono que não vem.
Eu sinto que posso ser melhor, maior.
Há uma falta que não condiz.
Há uma dor, um aperto no peito.
Há uma falta de sabedoria que gera em mim
toda essa impaciência.
Sozinhos pensamos melhor.
Existe o nosso toque em nós...
A nossa vida desenganada.
O vazio é quase palpável.
Um frio próprio de uma nova estação que chega
abre caminho para lembranças,
as fases passadas, as vidas antigas.
E o sono vem de leve.
Mal dormido, inusitado, cheio de pausas.
Fazendo das noites mais escuras,
os tempos mais nostálgicos.

Rafaela Moura

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