segunda-feira, 11 de abril de 2011

Boneca


Ela parece uma boneca.
De lábios desenhados e pintados divinamente,
face levemente traçada,
e queixo de relevante moldado,
traz à imaginação seus mistérios.
Cabelos reluzentes, pontos de luz.
Beleza única, de toda singeleza e meiguisse.
Como a flor mais bela de um vale.
Maçãs no rosto ruborizadas,
podem quase emoldurá-la
de sonhos de crianças
e sonetos de piano.
Os olhos são como pedras das mais ricas,
brilham, delimitados por cílios turvos, formosos, encurvados.
O que se pode imaginar
ao toca-lá com olhares tímidos porém ousados?
Seu vestido florido,
sua leveza e naturalidade,
graciosidade tal, que se transparece
em corpo vivo...
Sim. São semelhantes.
Em toda ingenuidade e pureza.
Com sorrisos em meio a dor.
Transformando sonhos e histórias
em vidas presentes.
Capaz de extrair o verdadeiro amor
de todos que a possuem.
Alvo de tantos beijos e abraços, afagos.
Carinho, afeto de fato.
Inevitavelmente só, consigo mesma.
Guardada, talvez esquecida.
Ainda que uma essência incomparável, uma saudade insista...
És só. No escuro. Pensativa. Insondável por humanos.
Coração palpitante, inescutável.
Sem saber, se perto demais, de longe o suficiente.
Ela parece uma boneca.

Rafaela Moura, entre fotos e fatos, escreve.

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